Antes de adentrarmos nas águas do Mar de Monstros, vamos polemizar? O que você prefere: filme ou livro? 

Fiz essa enquete lá no meu perfil do Instagram e você pode conferir aqui.

Para os amantes da narrativa literária, essa não é uma pergunta muito difícil de responder, não é mesmo?

É certo que muitos preferirão ao livro. Mas eu preciso defender a produção audiovisual, ainda que com parcimônia.  

Pois eu acredito que, afirmar categoricamente que um filme foi fiel ou infiel ao livro pode ser uma simplificação perigosa, já que a transposição de uma mídia para outra é um processo intrinsecamente complexo.

É muito importante levar em conta que o cinema e a literatura são formas de expressão distintas, cada uma com suas próprias características e limitações. 

O universo literário permite uma exploração profunda dos pensamentos dos personagens, detalhes intrincados e nuances emocionais, algo que nem sempre pode ser traduzido de maneira direta para a linguagem visual do cinema.

Ao adaptar um livro para o cinema, os cineastas enfrentam desafios únicos, como a necessidade de condensar uma narrativa muitas vezes extensa em um período limitado de tempo. 

Essa compressão temporal muitas vezes exige cortes e simplificações, o que pode levar a alterações na trama original. Além disso, decisões criativas são inevitáveis para se adequar ao meio cinematográfico, e essas escolhas podem não agradar a todos os fãs do livro.

Outro aspecto a ser considerado é a subjetividade na interpretação das obras. Cada leitor cria imagens mentais e vínculos emocionais únicos com os personagens e o enredo, e uma adaptação cinematográfica pode não conseguir capturar todas essas nuances pessoais. 

O diretor e a equipe têm uma visão própria da história, o que inevitavelmente influenciará a maneira como ela é apresentada na tela. 

Então quando dizemos que não gostamos de uma adaptação, na verdade estamos dizendo que não gostamos da maneira que aquele diretor leu aquele livro. 

Por fim, o tempo e a evolução cultural também desempenham papéis significativos. O contexto social e as expectativas do público mudam ao longo dos anos, e adaptar uma obra literária para atender a essas mudanças pode ser necessário. 

Isso pode resultar em ajustes na narrativa, personagens ou mensagens, o que pode ser interpretado como infidelidade por alguns, mas como uma atualização necessária por outros, como é o caso dos finais dos filmes do Rei do Terror, Stephen King. 

Eu tenho absoluta certeza de que as pessoas ficariam horrorizadas se caso cada detalhe do final do livro IT, a coisa, fosse adaptado. 

Em suma, a adaptação cinematográfica de livros é um desafio complexo e multifacetado. Ao analisar uma obra dessa natureza, é essencial considerar as diferenças entre as mídias, as restrições de tempo e recursos, as escolhas artísticas e a evolução cultural. 

Em vez de buscar uma fidelidade estrita, é mais produtivo avaliar como a essência da obra foi preservada e como a adaptação contribui para o meio cinematográfico. 

Tudo isso para dizer…

Que os fãs do semideus chatinho Percy Jackson (sim, ele é chato, Annabeth rainha!) estão muito empolgados com que vem por aí. 

Mas eu prometi resenha de livro e cá estamos. 

O  Mar de Monstros, segundo livro da série “Percy Jackson e os Olimpianos” de Rick Riordan, mergulha novamente no universo mitológico, acompanhando as aventuras do jovem semideus Percy Jackson.

Nesta sequência, Percy Jackson se depara com novos desafios. O Velocino de Ouro, uma relíquia que pode salvar o Acampamento Meio-Sangue, é o objeto central da trama. 

Percy, acompanhado por seus amigos Grover e Annabeth, parte em uma missão cheia de perigos pelo Mar de Monstros, enfrentando criaturas mitológicas e desafios inimagináveis.

Riordan continua a desenvolver seus personagens de maneira envolvente. Percy amadurece enquanto líder, e novas figuras mitológicas são introduzidas, enriquecendo o universo da série.

É neste livro que aparece um dos personagens que mais cativou o meu coração quando eu li a série pela primeira vez, Tyson, um ciclope, que vem para abalar o mundo perfeitinho do filho do deus do mar.

A trama amplia a exploração do rico panteão grego, mantendo um equilíbrio entre a fidelidade aos mitos clássicos e a reinvenção criativa, o que cativa tanto leitores novos quanto os familiarizados com a mitologia.

A narrativa é repleta de ação e reviravoltas, mantendo um ritmo frenético que prende a atenção do leitor. As descrições vívidas do Mar de Monstros contribuem para a construção de um mundo mitológico palpável.

Riordan aborda temas universais como amizade, coragem e aceitação de si mesmo, tornando a obra acessível a diferentes faixas etárias. Os personagens enfrentam dilemas realistas, mesmo em um cenário fantástico.

Alguns leitores podem apontar para momentos em que a trama parece previsível ou fórmula, mas a abordagem leve e descontraída de Riordan compensa essas possíveis limitações.

É uma continuação empolgante e bem executada, que consolida a série “Percy Jackson e os Olimpianos” como uma opção cativante para os amantes da mitologia, jovens e adultos. Rick Riordan mantém o equilíbrio entre aventura, humor e complexidade, proporcionando uma leitura envolvente e satisfatória.

Já a adaptação…

O filme de O Mar de Monstros, de 2013, dirigido por Thor Freudenthal, apresenta algumas diferenças notáveis em relação à obra literária. 

Quanto a trama, a do livro é muito mais detalhada, explorando nuances e desenvolvendo personagens de maneira mais aprofundada.

Já para a trama do filme  algumas partes da história são simplificadas, e detalhes são omitidos para acomodar a duração do filme, resultando em uma narrativa mais condensada.

No livro, os personagens têm mais espaço para desenvolvimento, com Percy, Annabeth e Grover enfrentando desafios que contribuem para o crescimento deles ao longo da história.

No filme devido às restrições de tempo, o desenvolvimento dos personagens é menos abrangente, com menos ênfase em seus arcos individuais.

A riqueza do mundo mitológico é explorada em detalhes por Riordan em seus livros, pois ele incorpora elementos da mitologia grega de maneira contemporânea e criativa.

Já no filme, algumas liberdades criativas são tomadas para simplificar a narrativa, e certos elementos mitológicos são adaptados ou modificados para atender ao formato cinematográfico.

Embora o filme capture a essência geral da história e apresente uma adaptação visual do universo de Rick Riordan, os fãs do livro notaram diferenças significativas. 

Por isso a expectativa dos fãs é muito alta para a nova produção que estreia hoje na plataforma de streaming da Disney+. Ao que parece, cada temporada cuidará de um livro, o que dará tempo de sobra para aparecer tudo aquilo que a gente espera, né menines!?

Esse foi o 39° livro traçadinho por aqui e espero vocês na próxima resenha para fechar o ano de 2023 com chave de ouro ou choro?

3 respostas para “De volta ao Mar de Monstros”.

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    […] obra anterior, o nosso garoto herói junto de seus amigos e irmão, Tyson, vão atrás do Velocino de Ouro, para […]

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  2. Avatar de De volta ao labirinto. – A Traça-Livros

    […] três outras resenhas dos três primeiros livros você confere aqui, aqui e aqui. A próxima vai ter polêmica também, pois irei falar da série televisiva feita Disney+. […]

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  3. Avatar de Fim de uma saga. – A Traça-Livros

    […] O Mar de Monstros, Percy e seus companheiros enfrentam uma aventura em alto mar, repleta de perigos enquanto se dedicam a proteger o Acampamento Meio-Sangue de ameaças […]

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