— Ah, é real sim, Nora Seed. Mas não é bem a realidade como você compreende. Na falta de uma palavra melhor, aqui é o intervalo. Não é vida. Não é morte. Não é o mundo real num sentido convencional. Mas também não é um sonho. Não é uma coisa nem outra. É, em suma, a Biblioteca da Meia-Noite.
Geralmente não consigo ler livros que estejam entre os best-sellers, ainda mais os que carregam com algum tipo de selo, como ser um “sucesso entre os TikTokers”. Não é nem por preconceito pelo meio que alguns livros chegam a novos leitores.
Até porque, todo leitor voraz, quer mais é que outros leitores sejam formados, e, é por isso que mantenho esse blog aqui. Portanto, o escolhido da minha biblioteca, A Biblioteca da Meia-Noite, foi uma surpresa.
Quem me segue sabe que ano passado me enveredei a ler a jornada das Birolais, e, no ano anterior, fiquei quatro meses grudada em Crepúsculo.
Além disso, ninguém pode falar que eu não leio o livro da moda, pois eu li Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, antes de seu lançamento no Brasil. Não tinha no Brasil, viu meninas!
Esta minha edição de A Biblioteca da Meia-Noite, assim como o livro de Taylor Jenkins Reid, chegou para mim, numa linda e diferente versão editada pela Tag Livros, em julho de 2021. Então tive a oportunidade de lê-lo antes, mas sabe como é a vida do leitor, não é mesmo?
Acontece que uma amiga estava lendo e outra disse que foi uma experiência e tanto para ela. E eu como sou Maria-vai-com-os-livros, vulgo traça-de-livro, resolvi tirá-lo da estante e colocá-lo na fila.
Não conhecia nada sobre o autor, nem mesmo sobre o livro. Inclusive achava que era um thriller e não um romance com tons filosóficos sobre a vida. Por isso compartilho com vocês a minha pesquisa e a minha experiência com eles.
Quem é Matt Haig?
Matt Haig é um renomado romancista e jornalista britânico, nascido em 3 de julho de 1975, na cidade de Sheffield, no Reino Unido.
Ele é reconhecido por sua versatilidade literária, pois tem explorado tanto o mundo da ficção quanto o da não-ficção, cativando leitores de todas as idades com suas histórias envolventes e profundas.
Especialmente aclamado pelo seu trabalho no gênero de ficção especulativa, ele alcançou status de best-seller internacional, com suas obras sendo traduzidas para mais de 30 idiomas.
Com uma carreira marcada por uma escrita inspiradora e imaginativa, Matt Haig continua a encantar e intrigar leitores ao redor do mundo.
A Biblioteca da Meia-Noite é sua obra de literatura fantástica, publicada em 13 de agosto de 2020, pela Canongate Books na Inglaterra, e em julho de 2021 pela Tag Livros.
— Cada vida contém muitos milhões de decisões. Algumas grandes, algumas pequenas. Mas cada vez que uma decisão é tomada em detrimento de outra, os resultados são diferentes. Ocorre uma variação irreversível, o que, por sua vez, leva a outras variações. Esses livros são portais para todas as vidas que você poderia estar vivendo.
Atualmente, a edição da Bertrand Brasil encontra-se entre os mais vendidos da Amazon e em 1° lugar entre os Mais Vendidos em Ficção Científica Viagem do Tempo.
Quem é Nora Seed?
Ao entrar em seu apartamento, o silêncio ficou mais alto que o barulho […] Três horas antes de decidir morrer, todo seu ser doía de arrependimento, como se uma angústia em sua cabeça de alguma forma estivesse também em seu tronco e membros. Como se estivesse colonizando cada parte do seu corpo.
Nora Seed tem 35 anos. É uma mulher de talentos e sonhos, que ela os coloca de lado, apenas por sentir medo de seguir com eles.
Essas escolhas acabam levando-a a trilhar uma vida cheia de arrependimentos, na qual ela constantemente se questiona sobre o que teria sido se tivesse feito caminhos diferentes.
Nora estava em queda livre e não tinha ninguém com quem conversar.
Até que um dia, demitida de seu emprego e diante da trágica perda de seu gato, Nora se vê imersa em um abismo de desespero, questionando o propósito de sua própria existência.
[…] A biblioteca era um pequeno abrigo de civilização.
Portanto, Nora decide colocar um ponto final nesta existência sem propósito. É neste momento que ela encontra A Biblioteca da Meia-Noite, onde ganha a oportunidade de viver todas as vidas que poderia ter vivido.
Em alguns momentos da leitura, refleti muito na minha relação com a minha depressão. Pois ela, além de ser uma deficiência de serotonina, também é um excesso de passado e arrependimentos de coisas que vivi.
Este livro traduz exatamente este excesso e a dor de quem não consegue ajuda. Falando nisso, se você se sente sozinho, que tal uma ligadinha no 188, ou acessar o chat.
O que é a Biblioteca da Meia-Noite?
— Entre a vida e a morte, há uma biblioteca — disse ela. — E, dentro dessa biblioteca, as prateleiras não têm fim. Cada livro oferece uma oportunidade de experimentar outra vida se tivesse feito outras escolhas… Você teria feito algo diferente, se houvesse a chance de desfazer tudo de que se arrepende?
A Biblioteca da Meia Noite é um entre-lugar, neste mundo fantástico criado por Matt Haig, para onde vão as pessoas que esqueceram de seu propósito de vida e têm ali uma nova oportunidade de refletir sobre a vida que levaram.
Sem mais spoiler, o leitor é convidado a conhecer essa biblioteca, que é guardada por uma velha amiga de Nora e que a faz passar a conhecer outras possibilidades de vida que Nora deixou de lado.
Havia livros por toda a parte, em prateleiras tão finas que quase não dava para ver. Os livros eram todos verdes. Dos mais variados matizes de verde. Alguns dos volumes eram de um verde-pântano sombrio, alguns, de verde-limão vivo e luminoso, alguns, de um esmeralda intenso, e outros, do tom verdejante de gramados no verão.
Este livro também convida o leitor a refletir sobre as escolhas feitas na vida. Quantos caminhos poderíamos ter feito se tivéssemos tomado outras decisões. Talvez não haveria a Traça-Livros, talvez ela existisse com outro nome. Talvez ainda eu estivesse na minha primeira profissão e sem tempo para falar sobre o que eu mais amo: livros.
Selecionei alguns trechos que acredito que me tocaram profundamente e que espero que sejam grandes motivadores para outras pessoas lerem.
A curiosidade, que não quer calar, é que A Biblioteca da Meia-Noite não é um livro que eu leria, por mim mesma. Então, fiquei feliz de ter dado essa chance a Nora Seed compartilhar sua história comigo.
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